quarta-feira, 7 de maio de 2008

Um dia para ser lembrado

Tem uma sétima série bê que desde a quinta série bê sempre mostrou a que veio. Na quinta série eles passaram um semestre para começarem a sentar na cadeira. Era aluno escondido no armário, uns em cima da mesa, outros em baixo e muitos se arrastando pelo chão. A coordenadora pedagógica aconselhava: "Eles saíram do ciclo um (quarta série) com defasagens, vocês devem trabalhar de forma lúdica, diferenciada com eles". A minha resposta foi "socar matéria e exercícios", lançar desafios para que eles vislumbrassem algo.
Na sexta eles já sentavam na cadeira, mas a maioria não trazia nenhum tipo de material escolar (tipo caderno e lápis - o mínimo). Era a briga, fazê-los vir pra escola com material.
Na sétima série bê, agora em 2008, eles surpreenderam no início das aulas. Comecei a fazer ditados para reproduzir parágrafos de textos para serem utilizados na aula. Eles não gostaram, mas se acostumaram, pois afinal de contas, eles não têm o que querer!!! Acabaram gostando e quando eu usava a lousa, pediam para ditar, que era mais rápido e "a gente fica mais quieto prô".
Muitas melhoras. Acho inclusive que é muito importante o mesmo professor acompanhar os bichinhos em todos os anos, sem trocar de professores.

Mas hoje foi meu grande dia. Estava a explicar a vegetação brasileira através de um texto, de um mapa do atlas e várias fotos. Tarefa altamente complexa. Tive que chamar a atenção do Alef umas trinta vezes. Não tinha como mandá-lo para a secretaria pois tinha vômito de dois alunos que resolveram passar mal no mesmo dia. Então a classe clamou:

"- Rua Alef, sai que a gente quer ouvir a professora!!!! Saaaaaaaaaiiiiiiiiiii"

Preciso dizer mais alguma coisa?

Boa noite!

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