sábado, 31 de maio de 2008

DAQUI A UMA SEMANA EU VOU AÍ, HEIN

Vendo a postagem da Fefê abaixo eu pensei que a palavra "Absurdo" não existe mais dentro do serviço público. As coisas mais absurdas, infelizmente, tornaram-se corriqueiras. Normais. Comuns.

E nada contra o serviço público, mesmo porque o privado não é a solução mas, a pilantragem, a sacanagem que rola nestas instituições é de f......!

Na minha escola tem muita gente que não trabalha. A começar pela direção - e suas vices. E aí teve uma denúncia anônima - juro que foi anônima, quando sou eu, eu me identifico (rs): que elas não trabalham, não assinam o ponto, ferram com os professores, ferram com os alunos, ferram com a escola. Ou seja, tem uma quadrilha instalada na escola. A supervisão de ensino resolve agir. Ótimo, penso eu. O que eles fazem? Ligam para a escola na terça-feira, dia 20 de maio e dizem assim:

"- Olha, houve uma denúncia que vocês tão fazendo algo errado, que tem gente faltando, pessoas que não assinam o ponto. Semana que vem a gente aqui da Supervisão vai fazer uma visitinha aí na escola pra ver esta situação, ok?"

Daqui a uma semana? Nem precisava. Bastava avisar que dali a meia hora estaria ali que os ratos limpam a sujeira rapidinho.

Agora, eu pergunto: se sabe que tem sujeira, se vai investigar, seriamente, porque não chega de mansinho? Sem alarde? Sem aviso?

Quem sabe?

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Insuportável convivência

A cada dia que passa fico mais indignada com a presença de tanta gente que se encosta nas regalias que o emprego público permite. Não, não quero aqui ficar contra o emprego público, pelo contrário, acredito muito nas empresas públicas. Mas, é impressionante como tem gente irresponsável! E como o sistema permite. Isso precisa mudar urgentemente.

Existe uma mulher na minha escola que era professora ACT de fundamental I (1a. a 4a. série) e depois de alguns anos de serviço teve um problema de saúde que a impossibilitou de lecionar. Ficou afastada e depois de um tempo foi readaptada. Desde então "trabalha" na biblioteca, mas o local não é minimamente organizado como deve ser... Também procura publicações no Diário Oficial que sejam relacionadas à nossa escola para entregá-las à direção. Às vezes a direção pede coisas a ela e ela faz, às vezes não faz, deixa pro outro dia. E assim vai.

Ela não pode ser desligada da SEE, já que é readaptada. Quando há readaptação é como se a pessoa se tornasse efetiva.

A pessoa está lá. Às vezes preciso ir à biblioteca e a pego de sopetão vendo revistas. Ela as fecha rapidinho e faz que está "trabalhando". Faz isso porque sabe que não me simpatizo com a "profissional" que é e reconheço que ela não se simpatiza com a minha pessoa.

Minha diretora falou, quando a interroguei sobre a possibilidade de a tal funcionária ajeitar a biblioteca: "Ela não tem qualificação pra organizar a biblioteca". E assim ficou.

Chega 10/15 minutos depois do horário, sai 10/15 minutos antes. Diz que é seu direito fazer o intervalo junto com os professores, o que impede vários alunos de pegarem livros na biblioteca durante o intervalo: os alunos têm que sair da aula para buscá-los. Porém, esta semana, minha coordenadora descobriu que a fulana é obrigada a fazer HTPC e nunca fez desde que readaptou-se. Parece (e assim espero) que essa negligência com relação ao horário que deve cumprir vai acabar. Porém não adianta ela ficar na reunião apenas "fazendo peso" no chão da sala. Ela deve participar de projetos e eventos da escola. Desde que estou lá, nunca participou. Se encostou na condição de funcionária pública. E o sistema e a direção da minha escola permitem.

Ultimamente nem "bom dia" fala pra mim, pois um dia desses fiquei elogiando minha adorada e adorável coordenadora perto da fulana readaptada, por ela trabalhar tanto, e disse: "diferentemente de você, têm pessoas aqui que nem merecem receber o salário que recebem...!". A fulana fez que não era com ela, porém não precisaria ter meio cérebro pra entender a alfinetada. Até hoje não bati de frente com a tal por que isso não é da minha alçada, como professora. Porém a convivência está se tornando insustentável, ainda que seja mínima.

Bem, espero que agora a direção, juntamente com a coordenação, consigam dar um basta, pelo menos em parte, nessa irresponsabilidade de certos funcionários que, infelizmente, são regra na Educação Pública e não exceção. É absurdo o desperdício do dinheiro público.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Essa é pra acabar

Ou pelo menos pra encerrar esse assunto de sexo pelo momento, um pouco vingada. Então, foi assim:
Comissão de classe no Conselho das Bruxas, professora fulana-que-conhece-a-vida-de-todos-os-alunos-e-alunas-nos menores-detalhes com a palavra. A cada intervenção dela, eu, professora Eulália, fazendo questão de perguntar: "E como você soube disso mesmo?"
"Ele me contou."
"Ahhhhhhhh..."
"E isso, como é que você ficou sabendo?"
"Ela me contou."
"Ahhhhhhhh..."
Dali a pouquinho, eu solto: "E que a minha aula só tem quarenta e cinco minutos..."
As pessoas fingem que não entenderam.
Mas a paciência da professora Eulália estava realmente se esgotando, e mesmo achando tão importante ser política e polida no ambiente de trabalho, ela não conseguiu resistir quando ouviu:
"Essa fulaninha só se jogar um balde de água fria, porque com aquele fogo que ela tem na piriquita...!"
"Ah, professora fulana, o grave mesmo é quando a piriquita se apaga, sabe? Aí, eu ouvi dizer que não tem mais volta..."
Dépois, toca tentar conduzir uma discussão muito filosófica sobre a mudança dos paradigmas familiares, sobre a mudança dos tempos, etc., etc. etc... Mas acho que a professora fulana, desta vez, não vai me perdoar. HAHAHAHA!!!!

domingo, 18 de maio de 2008

Continuando a falar de sexo...

Na tal reunião de pais da semana passada, relatei (ou, na linguagem dos alunos: caguetei) a um "responsável" de uma aluna da sétima série que a mesma é aluna inteligente, educada, muito fina flor, mas... passou o bimestre mais preocupada com os meninos da oitava que passavam pelo corredor do que com qualquer coisa que tivesse acontecendo na sala de aula. E que o resultado poderia ser visto no boletim: notas insatisfatórias.
Disse que num certo dia, após o intervalo, a sala toda já estava a postos para o início da aula. Olhei para o corredor à procura de algum retardatário e quem vejo: A Fulana, em altas gargalhadas e frescuras afins com os garotos da oitava na esquina do banheiro! Fui até lá de mansinho e dei uma broca-pública na menina que loguinho enfiou o rabo por entre as pernas e voltou pianinho pra sala.
Pois não é que, ao comentar na sala dos professores o que havia informado ao "responsável", senti um tom de indignação dos colegas de profissão, como se EU tivesse invadindo a privacidade da família!!!! Disse eu que só me pronunciei por ver nas atitudes da menor um impedimento para sua aprendizagem, e que o "responsável" tem o direito de saber o que acontece com a menor na escola, simples assim.
Mas o que impera é acusarem, principalmente as alunas, de terem muito fogo e na hora de fazer algo de efetivo, apelam, dão desculpas baseadas no direito de expressarem sua sexualidade, garantido pelo ECA, pela mãe natureza, pelo cosmos, pelo sei lá o que.

Falando de sexo...

Ô saia mais justa que tem sido pra mim esse negócio. Não, não gosto que as crianças trepem tanto. Ou que tantas crianças trepem. Detesto que passem o dia inteiro pensando naquilo. No caso das meninas, é mais grave: além de trepar loucamente, elas amam loucamente! Eu passo o dia inteiro dizendo: "Eu quero muito que vocês amem........................... MENOS! Esse excesso de amor ATROFIA O CÉREBRO!!!!" No entanto, me incomoda muito mais a hipocrisia. Me incomoda, como eu disse pra oitava série sexta-feira, pegar bilhetes semi-pornô-semi-sentimentais dos adolescentes, e fingir que não vi - pra no final do ano, como já aconteceu, aparecerem quatro alunas grávidas. Me incomodaria mais dizer que está errado gostar de trepar. Dizer que gostar não é certo. Então, toca o discursinho: vamos delimitar espaço e tempo pra isso na vida, vamos ser fortes, vamos fazer sexo com a cabeça, a gente não é bicho, a natureza não precisa governar nossa vida o tempo todo. Pra os pequenos, simplesmente "Parem, pelo amor de DEUS!!!" E, caramba, juro que não sei o que fazer com esses meninos e essas meninas! Mas, como desgraça pouca é muita bobagem, tem a velha sala dos velhos, aquele covil de serpentes desencantadas chamado sala de professoras....
O que será que uma pessoa com consciência profissional, cívica e humana tem que fazer quando cinco bruxas se reúnem pra xingar de putas as mesmas crianças que elas são remuneradas para educar? Mas que não, não são mais passíveis de serem educadas - "Isso é de família!" "Você conhece a mãe?" "Não tem pai!" (sim, via de regra a única culpa que essa gente consegue atribuir a um homem é o fato dele não existir...). Não, não são como as NOSSAS crianças - as nossas, essas são educadas. Nem devem ter buceta, as nossas! Mas ESSAS... você sabe como elas são. São pobres, né... pobre, quando não se enxerga, né... porque, é claro, tem também as que se redimem bem - ficam ali quietinhas, tentando passar bem despercebidas pela violência - violência dos meninos, da repressão sexual na família, da professora velha que chama de puta quem lembra que tem buceta.
Não, papel pedagógico tem limite. Os alunos a gente pode emancipar, eu acho que pode. A raça, só paredão, mesmo.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

AUSÊNCIA SENTIDA

Minha Diretora é Incompetente. Ausente. Ela não cuida, não administra a escola. Ela não se responsabiliza pelo espaço. Pelo Público. Ela não se importa com o pátio sujo, com as salas de aulas sujas. Ela não se importa com as mesas meladas, manchadas, quebradas. E são tantas, à vista, espalhadas pelos corredores.

Ela não se importa se bebemos, se comemos. Se cagamos. Talvez, ela não se importe inclusive que nós sejamos seres humanos. Pois no banheiro não há papel. Não há papel para o rosto, não há papel higiênico. Cagou? Limpe com a mão o cu.

A minha Diretora não se importa com nada, nada nada que, se tratando da escola, os professores não tem sala de aula. Quando tem, não tem lousa. E quando não tem lousa, não tem giz. Nem um tiquinho de Giz. Nem Giz branco, azul, laranja, verde. Simplesmente, não tem.

A minha Diretora é tão ausente, tão ausente, que os alunos não a conhecem. Eles não sabem quem é a Diretora da Escola. E por isso, vão à forra. Fazem o que querem. Desrespeitam inspetores, desrespespeitam professores. Desrespeitam até a tia da Cozinha. E andam à vontade pela escola, e fumam cigarro no banheiro, e fumam maconha e dão "tiros" no banheiro. E pegam as salas de aula que não tem aula porque não tem lousa e porque não tem giz e fazem um motelzinho. Pegação geral. De manhã são os alunos do Ensino Médio com as meninas da sexta, sétima-série. De tarde é a molecada da sexta com as meninas da terceira, quarta. Você sabia disso, mãe? Você sabia disso, pai? Que o ambiente que deveria proteger e educar e formar os seus filhos na verdade é um pequeno drive-in? Motelzinho?

Tudo bem, minha Diretora não é tão incompetente. Não é tão ausente. Não é tão filha-de-chocadeira. Ela de vez em quando vai na escola. Dá uma olhada, vê a zona, e sai fora. Vazada. Mas antes ela assina o ponto. Sim, marca todos os dias que não esteve, marca todas as horas que não esteve como se lá estivesse e vai embora. Porque ela tem outros compromissos além da escola. Ela tem filhos, casa. Ela tem outro emprego. Você não gostaria de ter dois empregos e trabalhar em um? Trabalhar em um e ganhar por dois? Então, ela faz isso.

Hoje teve reunião na escola. A Diretoria estava presente. Os professores estavam presentes. Parecia que a Justiça estava presente. Porque todo mundo estava de saco tão cheio que resolveu dizer algumas verdades. Todo mundo resolveu dizer algumas obviedades. Todo mundo resolveu falar dos problemas da escola. Que ela estava suja. Que não tinhamos um papel sequer para limpar a bunda. Que não tinhamos giz. Que os alunos fazem o que querem. Que os alunos fumam, cheiram se drogam e se perdem. Que os alunos estão trepando dentro da escola. Que aquilo já não era uma escola, que estava muito difícil trabalhar, parecia tudo perdido. Inclusive ela, que devia estar se perdendo quando se colocava a caminho.

Achamos que a Justiça seria feita. Achamos que a verdade seria aceita. Achamos que o mundo seria melhor, ficaríamos felizes...

Doce ilusão. Isso não é um conto de fadas, é a vida real. E a vida é feia, suja e injusta. Os espertinhos vencem. Os bons, os sinceros, os justos, se fodem. Muitas vezes perdem o pescoço. E foi isso que aconteceu.

Eu perdi meu pescoço. Eu disse para ela que ela não trabalhava, ela falou pra eu tomar cuidado. Eu disse para ela que ela não fazia nada, ela perguntou se eu tinha bastante aliados. Eu disse para ela que não era mentiroso quando ela me disse que eu estava falando inverdades e, perdi a cabeça. Ela saiu rolando. Despencou sobre a mesa, cambaleou sobre o meu colo e foi para o chão. Rolando, rolando. E eu dizendo, "socorro, socorro!" mas eu não fui socorrido. Eu estava sozinho. Na verdade, eu não tive o apoio de ninguém.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Os passeios pagos nas escolas públicas

Parece comum as escolas da rede pública promoverem passeios com os alunos, mas não aqueles passeios que possam auxiliar na aprendizagem de todos os alunos, e sim os que humilham uns (poucos que podem pagar) diante de uma minoria que consegue juntar moedas e pagar o passeio.
Desta vez foi um passeio que custava ao aluno quatorze reais. Se o pai tivesse dois filhos ia para vinte e oito e se três, quarenta e dois. Pois bem.
O passeio foi hoje. Ontem vieram me perguntar se eu poderia acompanhar os alunos ao tal passeio. Disse que não, que não gostaria de associar minha imagem a esse tipo de decisão não coletiva da escola. Silêncio. Logo na sequência teve uma reunião de pais, para divulgar notas e faltas do bimestre e fazer atendimento aos responsáveis, pois na minha escola tem mais "responsáveis" do que pais, como tia-avó, vizinha, tutor da igreja, e por aí vai... Os pais ouviram uma conversa que não teria aula no dia seguinte (hoje), e EU tive que informá-los que em virtude de um passeio promovido pela coordenação da escola, e que não teria a participação de todos os alunos por um "probleminha econômico", estaríamos com reduzido número de professores e que era para mandarem os alunos para a escola, pois eu estaria a postos.

QUE VERGONHA EU SENTI DA ESCOLA!!!! E QUE RAIVA...

Anos atrás, na mesma escola, levantei umas trocentas discussões entre as antas dos professores sobre este polêmico assunto. Expliquei que a escola não poderia promover a discriminação econômica entre os alunos, que estava contra os princípios tais e tais... quando fui interrrompida (sim, pois na repartição não existe argumento, existe quem "grita mais alto") por uma professorazinha que disse:

"- Ah! Mas a vida é assim mesmo, não adianta a gente passar a mão na cabeça deles. Veja meu caso: eu queria estar agora na DASLU comprando roupas e estou aqui, dando aulas!"

Então, respondi que uma coisa era a sociedade fazer isso e outra coisa era a escola. Mas foi uma conversa insólita. Então outra pata disse:

"- Mas tem as cortesias dos promotores dos passeios, que podemos dar aos alunos mais carentes!"

Expliquei a ela que no nosso caso teríamos que ter 20 cortesias para cada aluno pagante. Mas ela fingiu que não era com ela.

Hoje, dando aula (quero dizer, jogos, pois não os "castigaria" com aula, já que os demais estavam se divertindo) para os desprovidos, observo que justamente os melhores alunos em termos de aprendizagem estavam ali, junto com outros. E o curioso é que os professores que mais "passam a mão na cabeça das crianças" no mau sentido da palavra, que não se comprometem com a educação pública como uma função pública, são os primeiros a defenderem os malditos passeios.

E agora a história se repete. Preciso fazer alguma coisa. Não dá. Até agora só ouvi falar de uma escola que proibiu, através do conselho de escola, esta prática. Seu diretor é conhecido como uma pessoa bem autoritária.

sábado, 10 de maio de 2008

UM NOVO BRINQUEDO - Conto


Gigante tem 12 anos. Está na sexta série. Quando soube que ia passar a estudar de manhã na sua escola, ficou preocupado. Afinal, apesar de estudar com o gêmeo, Gigante é bem diferente do irmão. Foi o segundo a nascer. E devido à algumas complicações no parto, ficou com um problema no seu desenvolvimento. Tem a estatura de um anão de jardim, ou um pouco menor, o que é motivo de zoeira, chacotas e muitas tretas na escola. Tretas porque ele não leva desaforo pra casa e, você sabe: os “Grande” gostam de zoar com os pequenos. Na lei da selva é assim. Mas, Gigante não se intimida: “tamanho não é documento.”

Hoje ele estava mais feliz. Conseguiu enrolar a mãe e ficar mais cinco minutinhos na cama. O irmão saiu mais cedo, naquele frio cortante. Ele estava quase atrasado. Eram cinco pra sete da matina. Pra encurtar caminho, ajeitou a caixa de feira que tava encostada ao muro da escola, subiu e, com a ajuda de um tiozinho que passava na rua, conseguiu se apoiar sobre o muro. O outro lado parecia uma imensidão. O chão lá embaixo, loooooonge. E só mato. Gigante respirou fundo, contou até três, fechou os olhos e pulou. Puff.

- Au!

Uma coisa espetou bem na sua bunda. Estava escondida debaixo do mato. Quando ele viu, não acreditou. Um brinquedo. Novo. Quer dizer, usado. Uma parte enferrujada, outra descascando. Um caninho longo, prateado. E um gatilho.

Ele sorriu.

Olhou para os lados. Não havia ninguém. Muquiou o brinquedo dentro da mochila e foi correndo pro portão da escola. Já eram quase sete e dez, a tia tava fechando. “Pérai, pérai, tia.” Gigante entrou.

As três primeiras aulas passaram que ele nem viu. Quando chegou, sacou logo o caderno, caneta e lápis, ajeitou tudo em cima da carteira e colocou a mochila em cima do seu colo. Os colegas estranharam: “Aê, Gigante, que vontade de estudar, hein?” Fingiu que nem escutou. E ficou lá, fingindo que prestava atenção na aula, fingindo que copiava com vontade a atividade mas, o pensamento tava longe. Na verdade, bem próximo. Sobre o seu colo. Pensava em como ia usar o seu novo brinquedo.

No intervalo, como sempre, saiu correndo da sala e já foi pra fila da merenda. Agora com a mochila nas costas. Os moleques do segundo ano do Ensino Médio passaram. Seguraram ele pelo braço e o levantaram: “E aí, Gigante. Vai acampar?” Tiraram um sarro. Gigante nem respondeu a provocação. Pensou no seu novo brinquedo na mochila. Sorriu.

Na saída, nem esperou o irmão. Foi correndo pra casa. A mãe e o padrasto estavam com certeza trabalhando. Ele teria um tempo sozinho pra analisar com detalhes cada parte da sua nova aquisição.

Entre a cama de solteiro que dividia com o irmão e a cama de sua mãe, no quarto, Gigante tirou o motivo de sua alegria da mochila. Ficou olhando, admirado. “Será que devo mostrar o brinquedo pro Jú? Não, ele vai querer tomar de mim. Ou vai falar pra mãe que eu peguei de alguém. Apesar que a mãe não ia acreditar. Uma pelo meu tamanho. Outra, que ninguém perde um brinquedo desse e deixa quieto.” Gigante alisava o brinquedo. Observava o desenho, a forma, as cores. Fixou sua atenção sobre o cano longo. Olhava atentamente para dentro do buraco. Será que havia alguma coisa ali? Chegou mais perto, mais perto. O dedo apoiado sobre o gatilho. O irmão entrou no quarto, com tudo:

- Quê que cê tá escondendo hein ô, muleque!

Gigante se assustou. Apertou o pequeno gatilho. Disparou

- Sguiiiiiiiiish!

Ainda havia água no reservatório do Caminhão de Bombeiro. Gigante ficou com a cara toda molhada. O irmão quase se mijou de rir da cena. Só parou quando viu o quanto da hora era o brinquedo. Tinha sirene, buzina. Até uma escada. Além do caninho longo, que servia como mangueira.

De alma lavada, Gigante colocou o brinquedo embaixo do braço e foi pra rua. Estava feliz. O Caminhão era quase novo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Mudando de assunto - minha 1ª postagem

Aprendendo a brincar

Fiz história... não, não... não nesse sentido... a despeito de todos sermos sujeitos da hitória...
Refiro-me ao curso de história que concluí em 2002. Assim que acabei já dei as caras à docência; precisava, de fato, saber se estava no lugar certo.
Já se passaram quase 6 anos desde então e muitas águas rolaram. Lecionei em três diferentes redes públicas de ensino - município de SP, estado do PR e estado de SP -; decidi fazer outra graduação - em Pedagogia, para refletir mais sobre a educação e para ter as "habilitações" (monopolizadas pela Pedagogia) necessárias para o trabalho em outras esferas educacionais aquém da docência -; tive um filho - experiência, entre muitas outras coisas, bastante educativa que me permitiu redimensionar minhas prioridades...
Após o nascimento da criança decidi pedir exoneração mais uma vez, já que gastaria mais de 50% do salário com creche e transporte e ficaria longe dele por longos períodos diários nesses seus primeiros momentos... decidi então dedicar-me à pequena pessoa e aos estudos. Fizemos um combinado aqui em casa que cada um ficaria um certo tempo sem trabalhar para cuidar da criança e da casa e estudar... o que não é muito fácil.
Cá estou. Num grupo de professores públicos muito bons... sem ter episódios do meu cotidiano para compartilhar... Tentarei participar relacionando o que já vivi com o que cada um está contando... e, gostaria, também, de compartilhar a minha trajetória de estudos.
Depois de ir fazendo as coisas muito na intuição - o que não quero deixar de lado - senti a necessidade de parar pra pensar um pouco e fundamentar o que faço e o que penso.... construir argumentos consistentes. Percebi que pra dar conta disso precisava construir uma disciplina intelectual... e é neste momento de construção em que me encontro... que muitas vezes não é bom, é apenas frutífero...

De presente, Clarice Lispector, em texto do livro A descoberta do mundo.

BRINCAR DE PENSAR

A arte de pensar sem riscos. Não fossem os caminhos de emoção a que leva o pensamento, pensar já teria sido catalogado como um dos modos de se divertir. Não se convidam amigos para o jogo por causa da cerimônia que se tem em pensar. O melhor
modo é convidar apenas para uma visita, e, como quem não quer nada, pensa-se junto, no disfarçado das palavras.
Isso, enquanto jogo leve. Pois para pensar fundo – que é o grau máximo do hobby – é preciso estar sozinho. Porque entregar-se a pensar é uma grande emoção, e só se tem coragem de pensar na frente de outrem quando a confiança é grande a ponto de não haver constrangimento em usar, se necessário, a palavra outrem. Além do mais exige-se muito de quem nos assiste pensar: que tenha um coração grande, amor, carinho, e a experiência de também se ter dado ao pensar. Exige-se tanto de quem ouve as palavras e os silêncios – como se exigiria para sentir. Não, não é verdade. Para sentir exige-se mais.
Bom, mas quanto a pensar como divertimento, a ausência de riscos o põe ao alcance de todos. Algum risco tem, é claro. Brinca-se e pode-se sair de coração pesado. Mas de um modo geral, uma vez tomados os cuidados intuitivos, não tem perigo.
Como hobby, apresenta a vantagem de ser por excelência transportável. Embora no seio do ar ainda seja melhor, segundo eu. Em certas horas da tarde, por exemplo, em que a casa cheia de luz mais parece esvaziada pela luz, enquanto a cidade inteira estremece trabalhando e só nós trabalhamos em casa mas ninguém sabe – nessas horas em que a dignidade se refaria se tivéssemos uma oficina de consertos ou uma sala de costuras – nessas horas: pensa-se. Assim: começa-se do ponto exato em que se estiver, mesmo que não seja de tarde; só de noite é que não aconselho.
Uma vez por exemplo – no tempo em que mandávamos roupa para lavar fora – eu estava fazendo o rol. Talvez por hábito de dar título ou por súbita vontade de ter caderno limpo como em escola, escrevi: rol de... E foi nesse instante que a vontade de não ser séria chegou. Este é o primeiro sinal do animus brincandi, em matéria de pensar – como – hobby. E escrevi esperta: rol de sentimentos. O que eu queria dizer com isto, tive que deixar para ver depois – outro sinal de se estar em caminho certo é o de não ficar aflita por não entender; a atitude deve ser: não se perde por esperar, não se perde por não entender.
Então comecei uma listinha se sentimentos dos quais não sei o nome. Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto – como se chama o que sinto? A saudade que se tem de pessoa de quem a gente não gosta mais, essa mágoa e esse rancor – como se chama? Estar ocupada – e de repente parar por ter sido tomada por uma súbita desocupação desanuviadora e beata, como se uma luz de milagre tivesse entrado na sala: como se chama o que se sentiu?
Mas devo avisar. Às vezes começa-se a brincar de pensar, e eis que inesperadamente o brinquedo é que começa a brincar conosco. Não é bom. É apenas frutífero.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Um dia para ser lembrado

Tem uma sétima série bê que desde a quinta série bê sempre mostrou a que veio. Na quinta série eles passaram um semestre para começarem a sentar na cadeira. Era aluno escondido no armário, uns em cima da mesa, outros em baixo e muitos se arrastando pelo chão. A coordenadora pedagógica aconselhava: "Eles saíram do ciclo um (quarta série) com defasagens, vocês devem trabalhar de forma lúdica, diferenciada com eles". A minha resposta foi "socar matéria e exercícios", lançar desafios para que eles vislumbrassem algo.
Na sexta eles já sentavam na cadeira, mas a maioria não trazia nenhum tipo de material escolar (tipo caderno e lápis - o mínimo). Era a briga, fazê-los vir pra escola com material.
Na sétima série bê, agora em 2008, eles surpreenderam no início das aulas. Comecei a fazer ditados para reproduzir parágrafos de textos para serem utilizados na aula. Eles não gostaram, mas se acostumaram, pois afinal de contas, eles não têm o que querer!!! Acabaram gostando e quando eu usava a lousa, pediam para ditar, que era mais rápido e "a gente fica mais quieto prô".
Muitas melhoras. Acho inclusive que é muito importante o mesmo professor acompanhar os bichinhos em todos os anos, sem trocar de professores.

Mas hoje foi meu grande dia. Estava a explicar a vegetação brasileira através de um texto, de um mapa do atlas e várias fotos. Tarefa altamente complexa. Tive que chamar a atenção do Alef umas trinta vezes. Não tinha como mandá-lo para a secretaria pois tinha vômito de dois alunos que resolveram passar mal no mesmo dia. Então a classe clamou:

"- Rua Alef, sai que a gente quer ouvir a professora!!!! Saaaaaaaaaiiiiiiiiiii"

Preciso dizer mais alguma coisa?

Boa noite!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Na sala dos professores...

Coordenadora: "Você viu, professora Fulana, está no mural a relação de correções de Geografia que vieram da Diretoria de Ensino. O caderno de Geografia [dado pela SEE a todos os professores para seguirem a padronização do ensino] tem vários erros".
Professora de Geografia: "Claro! Também, em Geografia, na própria faculdade, nada do que é ensinado é claro... Tudo que ensinam nos confundem mais do que tudo! Geografia é assim mesmo!"
Detalhe1: É uma professora ACT (sem concurso) que fez complementação pedagógica em Geografia e migrou sua pontuação que conseguiu dando aula de outra disciplina, mas como Geo quase não tem profissional, ficou mais fácil de "pegar aula".
Detalhe2: Teve concurso ano passado, mas ela não passou. Por que será?

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Professora: "Falei hoje pros alunos da 5a. (EJA) que professor morre tudo infartado! Pode ver! Passamos tanta raiva que quando ficarmos velhos vamos morrer infartados! Também falei: A professora Fernanda é novinha, ainda não tem isso, vai demorar... Mas a gente que é velho..."
Eu respondi, depois de mais um entrevero com a mulher que bufa: "É verdade!"

A mulher que bufa de raiva...

Estava eu na sala de aula da 5a. série da Educação de Jovens e Adultos (EJA), para aplicar uma prova de História, um pouco mais empolgada, aliás, não só eu como a turma, por conta de ter feito uma mudança em meu planejamento semestral - ao invés de ensinar o conteúdo reduzido do ensino regular para os jovens e adultos, optei por trabalhar com eixos temáticos relacionados à vida dos alunos. No caso da 5a. série, trabalho com migrações internas, história regional, cultura e identidades, já que muitos não têm naturalidade paulista.
Distribuí as provas, que deveriam ser respondidas com consulta ao caderno - pois, sem consulta a maioria não faz - e, ao mesmo tempo, fui dizendo as regras: sem conversa, sentar virado pra frente, etc. Disse tudo isso numa boa, argumentei, todos entenderam. Aliás, quase todos.
Quando uma senhora casada - o marido também está nessa sala - de 34 anos, 2 filhos, cujo comportamento é pra lá de ruim, porque não fica sem conversar durante as aulas e sempre está com a carteira virada de lado para poder ficar mais fácil de conversar com sua colega de trás, se dá o direito de não acatar as regras. Deve ser adepta, sem restrições, da frase "regras são feitas pra serem quebradas" como lema de vida...
Enfim, a tal pessoa não virava pra frente. Falei: "Fulana, disse para virar pra frente. Não há possibilidade de você fazer a prova dessa maneira". Demorou uns segundos, fez que não estava ouvindo, não olhou para mim e aí então decidiu virar o corpo pra frente, mas não totalmente. Sua carteira ainda ficou virada. Fui até lá e coloquei a carteira pra frente. Parece brincadeira, mas a "marmanja", mãe (coitadas dessas crianças!), voltou a carteira pro lado. De novo, coloquei pra frente. Nessa hora achei que ia apanhar! ... E por um milagre divino a pessoa permaneceu com a carteira pra frente, mas bufando.
Comecei a falar que não acreditava no que estava acontecendo e sobre a importância de eu estar fazendo a prova daquela forma. Mas a pessoa continuava a bufar.
A prova teve início, depois de explicada.
O intervalo chegou e eu comentei que ficaria na sala - a próxima aula também era minha - e quem quisesse ficar poderia continuar respondendo a prova. Quem não quisesse era pra entregá-la pra mim e depois do intervalo eu devolveria, pois muitos estavam deixando a prova sobre a mesa e, assim, poderia haver "cola". Todos que saíram me entregaram, menos a mulher. Saiu e nem me deu ouvidos.
O marido ficou por um tempo e eu perguntei: "O que acontece com sua esposa? Ela não responde as pessoas ou é só comigo?". Disse o homem que vive com ela: "Não sei de nada, professora". Levantei a sobrancelha e pensei: "Que maravilha!"...
Peguei a prova dela. Nada estava respondido (e com consulta, sendo que ela não falta e tem matéria no caderno, mas tem muita dificuldade, pra não dizer que é analfabeta funcional). Ela voltou e pegou a prova comigo, bufando de raiva. Entreguei e novamente chamei sua atenção. No final da aula entregou, bufando... Praticamente nada feito.
Voltei pra casa, não parei de pensar na situação ocorrida.
Como uma mulher de 34 anos que não pôde concluir os estudos na idade de ensino regular, mãe de 2 pessoas, com dificuldade em aprender, pode não ter respeito com o próximo, não conseguir compreender qual é o seu papel de aluno? Tanto desrespeito, falta de humildade... Pra que vai estudar se não quer? Puramente para arrumar emprego... No caso dela, quando fiz um diagnóstico da turma, perguntei: "Por que voltou a estudar?", ela respondeu: "Porque sem o estudo nós não somos nada", frase mais clichê não existe, mas infelizmente ela não sabe porque escreveu isso.
Não tem educação e como pode educar seus filhos? (Não digo educação dada em escola, mas a que a gente aprende em casa, a como tratar as pessoas). Com as crianças e adolescentes vivemos isso sempre, mas é plausível. Agora, com adulto? Só em chamar atenção dos adultos já é constrangedor, imagine numa situação como a que descrevi acima...
Não soube resolver o problema muito bem. O pior é que a pessoa que aqui escreve faz pós em EJA. Ai... E ainda tenho que ver na Folha de domingo o ongueiro Gilberto Dimenstein, adepto da progressão continuada, escrever: "Ao punir os alunos com a repetência, a mensagem que a escola transmite à criança [ao aluno] é: 'A culpa pelo fracasso é sua'"... E não é também?? Eu disse "também", sei que é um conjunto de fatores, mas não dá pra dizer que a aluna da EJA mencionada é apenas vítima. Isto é irritante... Queria que o Dimenstein conhecesse "a mulher que bufa de raiva".

Fernanda

sábado, 3 de maio de 2008

ZONA DE POESIA ÁRIDA


Pedagogia de Bagé

Aqui, um testemunho de fé. Estou no terceiro ano de magistério e já passei por quatro escolas diferentes, todas na rede municipal. Fui transformada numa verdadeira rata do discurso pedagógico municipal, e digo sem nenhum pudor que posso, 99% das vezes, antever tudo o que as pedagogas vão falar em cada situação - dizem que há também os pedagogos homens, mas eu nunca vi um. Vi, isso eu vi, homens que percebem que desta forma se projetarão com facilidade na política pública educacional então assumem, oportunamente, a essência do discurso pedagógico em cargos de confiança ou em funções de maior projeção. Nas escolas, propriamente, parece que tem alguns, ligados a umas ONGs, mas eu ainda não tive a chance de conviver com eles.

Pois bem, digo essas coisas. Na verdade, queria chegar no ponto seguinte, que é o que interessa por agora: Eu idolatro minha atual vice-diretora! Idolatro! Nem seria necessário, para iniciados, explicar que um vice-diretor na rede municipal pode assumir inteiramente o papel pedagógico na escola, a depender da postura do diretor. E na minha escola, é este o caso.

A mulher tem um metro e oitenta. É negra, muito bonita, sem exagero nenhum. Tem seios fartos e às vezes usa uns decotes muito bonitos. A voz, aquela típica de quem não nasceu para fazer outra coisa: suave e ligeiramente rouca quando fala de assuntos triviais, quando diz bom dia. Potente e grave quando se dirige a qualquer pessoa que esteja fazendo qualquer coisa errada - homens, mulheres, velhinhos e - sobretudo - jovens e crianças. Acima de tudo: muito elegante. No horóscopo chinês, ela é um galo. De formação e início de carreira no magistério: professora de educação física. Tem disciplina, incute disciplina, acredita na disciplina. Não perdoa nada. Aluno atrasou duas vezes, da terceira volta para casa. Professora atrasou, execração pública. Sem descer do salto, com elegância. Ar superior, três dedos acima da Humanidade. Sem gritos, sem desmoralizar. Só o suficiente para matar de vergonha. Eu atrasei uma vez, vinte minutos. Não atraso nunca mais.

Pois bem, a Gala. Contra-mão total do discurso pedagógico, e por isso tão rara. Em relação a ela, um episódio esta semana.
Foi de manhã. Os alunos da oitava se sentiram muito diminuídos com as broncas aparentemente exageradas e o excesso de rigor em relação ao uso do uniforme. Recebemos a auxiliar de período em sala de aula, ela disse que não pode - calça jeans curta, que vai só até o meio da canela, como uma menina estava vestindo. Que não podia ir para o passeio do dia seguinte sem a camiseta da escola - branca, só, não servia. Tinha que ser a da escola. Bom. Pronto. Foi a auxiliar dar meia volta, e os meninos começam a reclamar comigo (eu passo cada minuto tentando me livrar dessa pecha de professora democrática, fazendo um discurso militarista mesmo, mas - Com quem esses putos vêm reclamar cada vez?).
Disseram que era muito chato, que uma calça um pouco diferente não tinha nada de mais. Eu retruquei - Olha, eu concordo que sua calça não atrapalha, mas uniforme serve para padronizar. Se um aluno pode ser diferente porque tem bom-senso, o aluno que não tem bom-senso vai reivindicar seu direito a ser diferente, também. Então, tem pessoas que vêm para a escola com roupa de paquerar, que desconcentra para o estudo. Por isso, tem que padronizar.
Disseram que a escola é Cheia-de-querer-ser. Escola pensa que é de patricinha. Eu disse que respeito o ponto de vista (por que em relação a outras coisas, acho esta crítica fundamentada). Mas que já dei aula em escola em que as crianças iam do jeito que achavam melhor e - onde vocês acham que se estuda mais?
Disseram que a escola é boa, mas é chata. E eu ri.

Aí, disseram o melhor: Que nossa querida diretora - vou chamá-la de diretora, que ela é a diretora do meu coração - então, deveria dar o exemplo, não usando aqueles decotes!!!!
Então, eu pensei: "Sacanas, eles querem que a gente fique ridícula. Eles querem nos transformar a todas numas velhas corocas!" e me limitei a responder:
"Particularmente, na minha opinião, a Diretora é uma mulher muuuuuuuuuuuuuuito elegante!". E poderosa, isso eu só pensei.
Teve uma menina linda que falou assim: "E a diretora já teve que usar uniforme, quando foi aluna!"
Eu concordei e pensei: "Além disso, qual é o problema de usar uniforme quando se tem umas bundas e uns peitos lindos que nem os de vocês, bruxinhas?"

sexta-feira, 2 de maio de 2008