quinta-feira, 29 de maio de 2008

Insuportável convivência

A cada dia que passa fico mais indignada com a presença de tanta gente que se encosta nas regalias que o emprego público permite. Não, não quero aqui ficar contra o emprego público, pelo contrário, acredito muito nas empresas públicas. Mas, é impressionante como tem gente irresponsável! E como o sistema permite. Isso precisa mudar urgentemente.

Existe uma mulher na minha escola que era professora ACT de fundamental I (1a. a 4a. série) e depois de alguns anos de serviço teve um problema de saúde que a impossibilitou de lecionar. Ficou afastada e depois de um tempo foi readaptada. Desde então "trabalha" na biblioteca, mas o local não é minimamente organizado como deve ser... Também procura publicações no Diário Oficial que sejam relacionadas à nossa escola para entregá-las à direção. Às vezes a direção pede coisas a ela e ela faz, às vezes não faz, deixa pro outro dia. E assim vai.

Ela não pode ser desligada da SEE, já que é readaptada. Quando há readaptação é como se a pessoa se tornasse efetiva.

A pessoa está lá. Às vezes preciso ir à biblioteca e a pego de sopetão vendo revistas. Ela as fecha rapidinho e faz que está "trabalhando". Faz isso porque sabe que não me simpatizo com a "profissional" que é e reconheço que ela não se simpatiza com a minha pessoa.

Minha diretora falou, quando a interroguei sobre a possibilidade de a tal funcionária ajeitar a biblioteca: "Ela não tem qualificação pra organizar a biblioteca". E assim ficou.

Chega 10/15 minutos depois do horário, sai 10/15 minutos antes. Diz que é seu direito fazer o intervalo junto com os professores, o que impede vários alunos de pegarem livros na biblioteca durante o intervalo: os alunos têm que sair da aula para buscá-los. Porém, esta semana, minha coordenadora descobriu que a fulana é obrigada a fazer HTPC e nunca fez desde que readaptou-se. Parece (e assim espero) que essa negligência com relação ao horário que deve cumprir vai acabar. Porém não adianta ela ficar na reunião apenas "fazendo peso" no chão da sala. Ela deve participar de projetos e eventos da escola. Desde que estou lá, nunca participou. Se encostou na condição de funcionária pública. E o sistema e a direção da minha escola permitem.

Ultimamente nem "bom dia" fala pra mim, pois um dia desses fiquei elogiando minha adorada e adorável coordenadora perto da fulana readaptada, por ela trabalhar tanto, e disse: "diferentemente de você, têm pessoas aqui que nem merecem receber o salário que recebem...!". A fulana fez que não era com ela, porém não precisaria ter meio cérebro pra entender a alfinetada. Até hoje não bati de frente com a tal por que isso não é da minha alçada, como professora. Porém a convivência está se tornando insustentável, ainda que seja mínima.

Bem, espero que agora a direção, juntamente com a coordenação, consigam dar um basta, pelo menos em parte, nessa irresponsabilidade de certos funcionários que, infelizmente, são regra na Educação Pública e não exceção. É absurdo o desperdício do dinheiro público.

6 comentários:

  1. É um caso sério mesmo. Na minha última escola tem um fulano na mesma situação... quer dizer, professores readaptados há alguns, mas eles acabaram assumindo alguma função burocrática e "trabalham". Este não fica nem na portaria pra abrir o cadeado pra quem chega...
    Não dá pra saber se o fulano é mais folgado ou incompetente... e ele fica lá "estudando" pra concursos (na verdade só copia algumas leis num caderno), sendo que a biblioteca está sem funcionar há anos!!!! Só agora com a mudança da coordenação esta situação está começando a mudar. Os livros didáticos repetidos milhões de vezes e que não são mais usados foram doados para os alunos que os quisessem e foi feita uma reforma... o acervo está sendo organizado para que finalmente os alunos possam começar a ter acesso aos livros!!! Bem, como o atual coordenador é muito bom, acho que essa situação desesperadora vai mudar...

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  2. É revoltante, né?
    Que folgado esse cara!! Não faz nada e ainda fica estudando pra concursos!! Pra trabalhar na escola não dá, mas pra trabalhar em outra repartição, caso ele passe em outro concurso, aí dá! É demais!! Não dá pra saber o que é pior, se é aquela que finge que trabalha ou o fulano que assume a condição de encostado e não faz nada mesmo...

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  3. Ai, Fê, só você pra dar uma punhalada dessas no rim e chamar de "alfinetada"... Sou sua fã!

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  4. Hahaha... É verdade, "alfinetada" foi um eufemismo dos grandes!!
    Bj

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  5. gente, quem é nísia floresta? esse blog tá cada vez mais bem frequentado, ahahaha.

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  6. É a Nísia Floresta, mesmo, assim como a Branca Alves de Lima é a Branca Alves de Lima! E eu, sou a Eulália - e um dia eu contarei minha história! HAHAHAHA!!!

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