quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Coletivo...quê?

Bom, sabemos que pretendemos consolidar um coletivo na contra-mão do discurso pedagógico vigente, tanto do (neo)liberal, como daquele que se pretende socialista, mas terminou perdendo as duas principais virtudes necessárias a um socialista conseqüente - o senso de realidade, que protege o pensamento contra "esquerdismos", e o senso crítico, que garante aos sujeitos a capacidade de fazer um pouco mais do que reproduzir o que ouviram de catedráticos, especialistas ou patrões.
Nisso concordamos, mas temos dificuldade em encontrar um nome para o grupo, uma vez que não conseguimos pensar em nenuma personalidade a ser homenageada que não acabe nos identificando a grupos sociais ou mais propriamente ideários educacionais dos quais divergimos em pontos cruciais.
Então, por exemplo, Paulo Freire não servia, pois respeitamos o mestre mas não a verenação que certos "estudiosos" incentivam a cultivar por ele (e temos a convicção de que ele também não compartilharia de tal atitude intelectualmente submissa, acrítica e descontextualizada historicamente, que resulta muito mais num congelamento do que num avivamento de suas idéias).
Makarenko também não servia, pois apesar de todo o êxito pedagógico da prática refletida do grande educador soviético, não queremos ser confundidos com os que crêem que se pode pensar um sistema educacional e uma escola socialistas, ou pior, institucionalmente socialistas, num Estado não-socialista.
O nome da educadora Branca Alves de Lima foi levantado por representar, para nós, um resgate do conhecimento técnico do processo pedagógico, o qual é necessariamente fruto de "investigação empírica", ou seja, só pode ser criado na prática por profissionais vocacionados e comprometidos. Em nossa opinião a adoção da cartilha "O Caminho Suave", muito ao contrário de ser uma camisa-de-força didática, era um reconhecimento de que a roda não precisa ser reinventada a duras penas por cada educador que inicia sua trajetória, uma facilitação do trabalho do ensino e da aprendizagem que liberava energia criativa tanto ao educador quanto ao aluno para ir além, no caso de quem quer ir além, e que garantia aos menos criativos (ah, é, eles existem!) alguma tranqüilidade (qual o problema?). Então, pensamos, a homenagem a uma professora comum, daqui do "chão", e a um reconhecimento que, bem ou mal, existia, e deixou de existir, de que o "como ensinar" só pode partir de nós, e não de grandes elocubrações academicistas que nos chovem aos borbotões sob a forma das "formações continuadas".
Então, abri uma pasta na caixa de e-mails com o nome "Coletivo Branca Alves de Lima". Mas ao lado, ali as pastas pequenininhas do lado esquerdo da caixa de entrada, o nome da pasta aparece assim: "Coletivo Branc...". E toda vez que eu leio, eu penso...
COLETIVO BRANCALEONE????"

2 comentários:

  1. Ai, ai, quando eu crescer vou querer ser como você, que escreve bonito de se ler.

    É isso aí, professora Eulália! Temos que garantir que ao menos os medianos façam seu trabalho, pois esta proletarização da profissão docente fez com que nas escolas aparecessem todo tipo de professor.

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  2. "Ai, ai, quando eu crescer vou querer ser como você, que escreve bonito de se ler." (2)

    Brancaleone?? hahahaha... O personagem do filme é muito tonto!! rsrs

    Beijo.

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