quinta-feira, 3 de julho de 2008

O poder "pedagógico" do cinema mudo


Adoro os momentos antes das férias escolares que aparecem somente uma meia dúzia de gatos-pingados. Fico a imaginar como seria fantástico termos 15 alunos por sala...
Hoje levei-os para assistir "O garoto", do Chaplin. Isso porque o professorado local sempre diz que com "a nossa clientela" só rola filminho dublado para mera distração.
Pois eles foram para a sala de vídeo, primeiro expliquei a eles que se não se comportassem voltariam para a sala de aula para fazerem exercícios (ahahahaha), depois falei sobre a importância do Chaplin para a história do cinema, sobre sua obra e blablablá. Avisei que aquelas placas que aparecem entre as cenas seriam legendadas (nesta hora todos reclamaram, me crucificaram), comentei sobre o prazer de ouvirmos o som original do filme, principalmente a trilha sonora, e tal. Continuaram reclamando. Então disse: "Alguém aqui não sabe ler?". Pois bem, concordaram imediatamente.
Vocês já leram sobre o Alef, da sétima série bê, pois não é que ele ficou imóvel (para ele é algo praticamente impossível), calado (ele parece o burrinho do Shrek, que faz aqueles sons para irritar quem estiver num raio de 20 metros), e o melhor, prestando atenção, altamente compenetrado! Adorou o filme, aliás, todos os dezessete alunos. Foi uma cena engraçadíssima eles saindo da sala de vídeo e andando como o Chaplin.
Agora já estou imaginando uma sequência de cinema mudo para as próximas aulas.

7 comentários:

  1. Muito bom!! Eles adoram mesmo! Já trablahei com "Tempos Modernos" e foi uma delícia!! Todos entusiasmados!

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  2. Preciso de dicas de cinema mudo com você...

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  3. Tem um filme que acho que é mais pra adolescentes, mas também explora muito a imagem e o som sem palavras que é "As biciletas de Belleville". Não é tão maravilhoso que nem o Chaplin, lógico, mas também explora isso da linguagem visual, e é muito bonitinho, muito musical mesmo.
    Adorei sua intervenção, se não se comportarem vão fazer exercício. Também me divirto muito fazendo essas "maldades", acho que é o mínimo eles saberem que têm que dar uma contrapartida, que criar um ambiente privilegiado depende tanto deles quanto de nós. Tem uma sexta-série C na minha escola que é cheia de alunos inteligentes que fazem só o que querem. No início, achei que daria pra com eles fazer um monte de coisas diferentes, pois estão sempre adiantados. Aí, eles ficaram se achando e mandaram a disciplina às favas. Pois bem, acabou, agora com eles, o conteúdo e a forma mais tradicional possível - que isso é pré condição pra um trabalho que vai além, ou então o tal do "alternativo" fica mesmo é aquém do tal do "ensino fundamental", o mínimo necessário... Sem chance. Exercício na veia...

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  4. Ah, é bom trabalhar com "O Grande Ditador", também do Chaplin... Sobre nazismo. Ligo os filmes com os temas que leciono.
    Só estes mesmo... não trabalho com mais nenhum. Preciso pesquisar mais.
    Beijo

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  5. Estou adorando o Blog e em especial as postagens relatando o cotidiano em sala de aula. É bom verificar que as manisfestações do nosso alunado é comum no território nacional. Também trabalho muito com filmes, e mesmo diante das reclamações de alguns o resultado em geral é positivo, pois temos a possibilidade de motivar diversas análises através da arte em movimento.

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  6. Luci, querida!!
    Gente, é uma amiga de PE, também historiadora e professora de História da rede pública de PE.
    Seja bem vida!! Venha sempre comentar!
    A propósito, divulgue seu blog! Também é relacionado à educação!
    Beijos,
    Fernanda

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  7. Obrigada Fernanda!!! O blog é um portal ótimo de trocas de informações, parabéns a todos pelo perfil crítico!!!

    Blog Históri@- Escola Custódio Pessoa
    http://llucileide.blogspot.com

    Abraço!

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